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Setor tributário: principais mudanças e como se preparar

Diante de uma revolução no setor tributário, o Brasil se prepara para uma nova fase de simplificação fiscal. A reforma tributária promete redesenhar o cenário tributário do país. Esse movimento tem o potencial de reduzir a burocracia e busca tornar o sistema mais equitativo para os contribuintes, mas muitos detalhes ainda estão obscuros e há vários desafios pela frente.

O ano de 2023 marcou o início de uma nova era para o sistema fiscal brasileiro. Após anos de discussões e impasses, o Congresso Nacional promulgou tão esperada reforma. Tantas barreiras ultrapassadas e a rápida movimentação do processo legislativo foram uma surpresa para todos. A partir de agora, é esperada uma onda de modernizações no setor tributário.

Em meio a tantas mudanças significativas, as empresas precisam ficar atentas. Entender cada aspecto da reforma é fundamental para se adaptar com sucesso. Este post será o seu guia sobre as principais alterações e como se preparar para elas. Vamos explorar juntos esse novo cenário, ajudando a sua empresa a se posicionar de maneira eficaz diante da nova realidade do setor tributário.

O que vai mudar com a reforma tributária?

A reforma tributária chegou com a promessa de simplificar um dos sistemas de tributação mais complexos do mundo. O Brasil, conhecido pela alta carga tributária e pelo emaranhado de impostos, espera grandes mudanças que não só simplificarão a rotina das empresas, mas também devem impactar a economia de maneira geral.

Vamos desvendar alguns dos principais pontos da reforma e como isso vai afetar o setor tributário.

Substituição de tributos

A peça central dessa reforma está na substituição de cinco tributos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS – por dois novos impostos, criando um IVA Dual. Este modelo é composto pela CBS, um tributo de competência da União que unifica o PIS, Cofins e parte do IPI; e o IBS, um imposto sobre bens e serviços que será dividido entre estados, Distrito Federal e municípios, substituindo o ICMS e o ISS.

Suas características principais são:

  • Base ampla: engloba bens materiais ou imateriais, incluindo direitos e serviços;
  • Incidência “por fora”: imposto calculado sobre a base líquida do preço;
  • Não incidência sobre exportações;
  • Desoneração de investimentos;
  • Princípio do destino: o imposto é direcionado ao local de consumo;
  • Não cumulatividade plena, de acordo com o conceito de crédito financeiro: permite a compensação do imposto devido com o crédito de todas as compras de produto, material ou imaterial, ou serviço, com exceção somente daquelas destinadas ao uso ou consumo pessoal.
  • Vedação de concessão de incentivos fiscais, com exceções previstas na PEC;
  • Regulamentação por meio de uma lei complementar única.

Criação do Imposto Seletivo

A proposta também estabelece a criação de um Imposto Seletivo, popularmente conhecido como “imposto do pecado”. Esse novo tributo, cuja alíquota ainda não foi definida, será uma sobretaxa aplicada sobre a produção, venda ou importação de produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Redução a zero do IPI

Em meio ao desenrolar da reforma tributária, a permanência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tem gerado bastante discussão no setor tributário. Isso porque, conforme consta no texto, não se fala em eliminar o IPI, mas sim em uma diminuição do imposto para zero até o ano de 2027.

A exceção à regra vale para os produtos fabricados em outras regiões do Brasil que também sejam produzidos na Zona Franca de Manaus. A intenção é assegurar a competitividade desse local, mas isso pode ocasionar impactos no planejamento tributário das corporações que lidam com a fabricação ou importação desses itens.

Split payment

O setor tributário deve ficar atento ao split payment, um novo sistema de recolhimento de impostos que deve ser implementado. Seu propósito é assegurar a coleta automática do imposto no momento da compra.

Na prática, quando o comprador realizar o pagamento total de uma transação, a porção do valor correspondente ao tributo será automaticamente alocada para quitar a obrigação tributária. Dessa forma, o fornecedor receberá apenas o montante líquido da transação.

A principal vantagem desse novo sistema de recolhimento de impostos é a redução da evasão fiscal. Essa abordagem garante o pagamento integral do tributo, associando o crédito apenas ao valor efetivamente recolhido.

Como será a transição para o novo modelo de tributação?

A proposta de reforma tributária aprovada pela Câmara dos Deputados estabelece três prazos para a fase de transição do modelo atual para o novo. Ao todo, a migração completa deve levar 50 anos.

  • Primeira fase: de 2026 a 2033, com foco nos contribuintes. Nesse período, o IBS será implementado gradualmente. Além disso, a migração do PIS e Cofins para a CBS deve ser concluída até 2027.
  • Segunda fase: com duração de 50 anos, essa fase tem foco na partilha dos novos tributos entre estados e municípios.
  • Terceira fase: por fim, a terceira fase envolve a extinção do IPI e criação de um Imposto Seletivo com finalidade extrafiscal e aplicação sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Quais serão os impactos para as empresas?

A reforma tributária, com uma variedade de implicações que abrangem desde a esfera econômica até a operacional, promete transtornos e oportunidades para o ambiente empresarial. Confira os principais impactos esperados:

Impacto econômico

Todos os setores sentirão o efeito da reforma, mas os mais afetados serão aqueles com alta demanda por mão de obra, devido ao aumento previsto na carga tributária. Esse aspecto impulsiona as empresas a rever modelos operacionais e estruturas de custo.

Impacto financeiro

A reforma afetará diretamente o fluxo de caixa e exigirá uma reavaliação de margens de lucro. A redefinição de preços se tornará necessária, assim como a adaptação a possíveis eliminações de benefícios fiscais e regimes especiais anteriormente vantajosos.

Impacto operacional e tecnológico

A transição para o sistema reformulado é um desafio substancial, caracterizado pela gestão de tributos antigos e novos de forma simultânea. A adequação tecnológica se faz essencial, pois muitos sistemas atuais não estão preparados para lidar com as novas diretrizes tributárias. As empresas terão que investir em atualizações de software e repensar processos para garantir conformidade e eficiência.

Como se preparar para as transformações?

Diante das extensas mudanças propostas, desde a substituição de tributos até a introdução de mecanismos como o split payment, surge um desafio de adaptação tecnológica e estrutural para as companhias.

As empresas podem começar a se preparar se mantendo atualizadas sobre as novidades na legislação e analisando como as alterações podem impactar suas operações. Isso envolve entender quais setores serão mais afetados, como os custos poderão mudar e quais estratégias podem ser necessárias para minimizar os impactos. É importante também desenvolver um plano de ação estratégico que contemple diferentes cenários.

Nesse sentido, a Calculadora Simplificada da Reforma Tributária, desenvolvida pela Dootax, é uma ferramenta útil. Ela permite que as empresas façam projeções para ver como a reforma poderá alterar a carga tributária que incide sobre seus negócios. Com ela, é possível simular diferentes situações e analisar o impacto das mudanças no setor tributário.

Mudanças do setor tributário: fique um passo à frente

No horizonte do setor tributário brasileiro, a reforma tributária se destaca como um divisor de águas, prometendo revolucionar a complexidade do sistema atual. As empresas agora têm diante de si o desafio de navegar por essas águas inexploradas, ajustando suas operações, preços e estratégias às novidades.
Os contribuintes, munidos de informações atualizadas e ferramentas adequadas, como a Calculadora Simplificada da Reforma Tributária da Dootax, podem se posicionar na vanguarda dessa nova realidade do setor tributário.

Não fique no escuro: comece agora mesmo a se planejar calculando gratuitamente os impactos da reforma tributária.

A Dootax é uma de nossas ilustres patrocinadoras do Brasil Tax Summit. Para participar registre-se no evento:

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