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Relevância da liderança para impulsionar a agenda ESG

Em entrevista ao W6 Insights, Marina Alacon, Especialista em Governança de ESG do Grupo Ultra conversou sobre liderança e a potencialização da agenda ESG com nossa equipe.

Marina é uma de nossas ilustres palestrantes do evento Brasil ESG Summit 2023.

W6 Insights: Em sua opinião, qual o papel da liderança dentro de uma empresa no desenvolvimento do ESG dentro do meio corporativo?

Marina: Para falar do papel da liderança, gosto de voltar alguns capítulos e falar sobre o início das áreas de ESG. Lembro que há alguns anos trabalhávamos nas áreas de ESG com os reportes como produtos-fins, sejam Relatórios Integrados, inventários de GEE publicados ou ações de marketing de produtos com menor impacto ambiental. Agora, o movimento tem trazido ESG para a ótica de investimentos e como fator fundamental para a redução de riscos para as empresas, o que fez o tema atingir o patamar de direcionador estratégico. E, com essa nova abordagem, a liderança adquiriu papel ainda mais relevante para impulsionar a agenda ESG, que deve ser intrínseca à estratégia do negócio.

Para além da estratégia, uma liderança inclusiva e que promove a diversidade é importante para fomentar novas ideias e opiniões que trazem crescimento ao negócio.

W6 Insights: Quais são as inovações mais recentes da empresa e como elas impactam seus clientes?

Marina: No caso do Grupo Ultra, temos a Ultrapar, que é a holding, e nossos três principais negócios, que são Ultragaz, Ultracargo e Ipiranga.

Na Ultrapar, o grande cliente é o investidor. Para esse público, lançamos o Plano ESG 2030, em que estabelecemos compromissos para atingir até 2030 referentes aos nossos sete temas materiais: Saúde e Segurança, Governança e Integridade, Transição Energética, Operações Ecoeficientes, Responsabilidade com a Comunidade, Cadeia de Valor e Cultura Inclusiva e Diversidade. Esse plano é aplicável a todos os negócios do Grupo Ultra. O Plano ESG 2030 é parte intrínseca ao planejamento estratégico da empresa.

No caso da Ultragaz, em 2022 foram concluídas as aquisições da Stella Energia e da NEOgás, que marcam a entrada da empresa nos segmentos de energia elétrica renovável e de gás natural comprimido, com vistas à evolução para o segmento de biometano, aproveitando a capilaridade de entrega e o relacionamento com clientes vindos da excelência de serviços prestados na distribuição de GLP.

A Ultracargo vem apoiando os clientes em suas estratégias para redução de emissões, através do investimento em infraestrutura que impulsione modais mais eficientes, como o ferroviário e o marítimo. Além disso, a sua estratégia de expansão para o interior favorece a logística de biocombustíveis.

A Ipiranga apoia novas formas de abastecimento da mobilidade do Brasil, e em 2018 foi pioneira no primeiro corredor de abastecimento para veículos elétricos no trajeto SP-RJ. A marca da empresa foi renovada em 2023 e traz como propósito “Abastecer a vida em movimento”. A primeira campanha, voltada à linha de combustíveis aditivados, enfatiza o melhor rendimento do combustível, que é um benefício para os clientes.

W6 Insights: Quais são os maiores desafios das empresas que aplicam e desenvolvem o ESG?

Marina: Os desafios são inúmeros, mas acredito que o maior seja provocar o entendimento de que ESG é uma agenda transversal e parte do dia-a-dia de todas as pessoas da empresa, e não apenas da área que trabalha diretamente com o tema.

A área de compras, por exemplo, deve entender o seu papel no desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores mais sustentável; a área financeira deve considerar custos de carbono e investimento em comunidades em seus orçamentos; as áreas de desenvolvimento de produtos devem fomentar a criação de produtos com menor pegada ambiental; e assim por diante. A agenda só vai para frente se toda a empresa estiver engajada.

W6 Insights: Como a sua atual empresa lida com o avanço das iniciativas ESG no mercado?

Marina: Como todo tema novo, é inevitável o surgimento de muitas iniciativas concomitantes. Vivemos atualmente uma enxurrada de iniciativas ESG no mercado, sejam frameworks de reporte, novas exigências de bancos e investidores, novas tecnologias e mudanças de comportamento dos consumidores. Para acompanhar tudo isso, é preciso estar atento e, principalmente, entender e filtrar o que é material para ser implementado na empresa, dando foco ao que é mais relevante.

O Grupo Ultra tem atuado com bastante afinco em seu Plano ESG e tem utilizado os principais frameworks e ratings de mercado como referência para impulsionar boas práticas de sustentabilidade em todo o negócio. Além disso, os novos investimentos do Grupo tem demonstrado o direcionamento para o caminho da transição energética do país.

W6 Insights: Qual a importância da participação de líderes do setor em eventos como o “Brasil ESG Summit 2023”?

Marina: A agenda ESG é coletiva e colaborativa. Só teremos resultados de fato, quando muitas empresas e pessoas estiverem comprometidas e provocando evolução de toda a sociedade no sentido de um futuro mais sustentável. Eventos como esse, com a liderança de grandes empresas falando publicamente sobre cases de sucesso, mas também compartilhando as dificuldades dessa jornada, fazem parte desse avanço coletivo.   

E aí, o que você achou dessa entrevista? O ESG é fundamental para o futuro das empresas e disseminá-lo é um compromisso com um amanhã mais próspero para as corporações e a sociedade de forma geral.

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